Semagro acompanha trabalho das equipes que atuam no Zoneamento Agroecológico

Em 2021 o Governo do Estado, através da Semagro, retomou os trabalhos de zoneamento agroecológico no Mato Grosso do Sul. A Embrapa Solos, do Rio de Janeiro, está dando continuidade aos trabalhos, agora nos municípios da Bacia do Rio Paraná.

Começando pela região norte, essa semana os técnicos que estão atuando em propriedades nos municípios de Bataguassu e Santa Rita do Pardo receberam o Superintendente de Ciência e Tecnologia, Produção e Agricultura Familiar, Rogério Beretta, a Coordenadora de Agricultura Vanusa Borges e o chefe geral da Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados-MS) Harley Nonato de Oliveira, que acompanhar a coleta das amostragens de solos e o mapeamento.

“Esse trabalho é fundamental para o desenvolvimento do agronegócio no Estado, já que faz o cruzamento de informações de qualidade de solo, clima e aptidão de culturas para embasar o desenvolvimento do agronegócio e dar segurança para os investidores”. Explicou Beretta, observando ainda que todo o trabalho nos municípios conta com a parceria das Prefeituras, Sindicatos Rurais e dos produtores, além da equipe da Agraer.

No campo, Gustavo de Mattos Vasquez, Chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Solos, Walder Antonio Gomes De Albuquerque Nunes, Chefe Adjunto de Pesquisa & Desenvolvimento, junto de Silvio Bhering, pesquisador da Embrapa Solos e que comanda o trabalho das equipes, Carlos Henrique Lemos Lopes, analista de desenvolvimento sócio econômico da Secretaria, realizaram a coleta das amostras sobre o olhar atento e participação de Beretta, Vanusa e Harley.

Todo processo foi detalhado e explicado por Bhering ao mesmo tempo em que inseria os dados coletados no aplicativo desenvolvido especialmente pela equipe para o trabalho em Mato Grosso do Sul. “O maior desafio foi desenvolver um programa que nos ofertasse um serviço de navegação e localização mesmo estando off line. Deu certo. Superamos este obstáculo e hoje realizamos todas as atividades com tablets modernos e que nos proporcionam além de agilidade mais segurança na captação dos primeiros dados coletados no local”. Completou.

Bhering explicou para o grupo o passo a passo das ações posteriores a coleta e destacou a importância de envolver os parceiros (produtores, sindicatos e prefeituras) para dar ainda mais agilidade ao trabalho.

Ao final da visita técnica, ao invés de falar dos percalços e dificuldades enfrentadas para a realização das atividades, Bhering fez questão de enfatizar o empenho e dedicação das equipes, enaltecendo a qualidade de cada um dos profissionais envolvidos e destacando a importância deste trabalho para o desenvolvimento do Estado e as futuras gerações.

Zoneamento Agroecológico de Mato Grosso do Sul

Os trabalhos da primeira e segunda fases geraram 448 Mapas (escala 1:100.000) com a indicação das melhores áreas para as culturas: (Fase 1) Abacaxi, Arroz, Banana, Citrus, Goiaba, Mamão, Manga, Maracujá, Milho, Milho Safrinha, Soja e Uva (fase 2) as culturas anteriores e ainda Cana de Açúcar, Eucalipto, Girassol e Seringueira.

Nesta terceira fase, que alcançará 46 municípios, pesquisadores da Embrapa Solos (RJ), juntamente a técnicos da Semagro, trabalharão com o objetivo de realizar a harmonização e unificação dos estudos de solos e de zoneamento das fases anteriores, fazer a interpretação dos requisitos edáfico-climáticos das culturas, elaborar o mapa de áreas de uso restrito por condicionantes ambientais, realizar mapeamento de solos (digital) em escala compatível com 1:100.000, zoneamento agroecológico por culturas, mapas atributos solos (carbono, pH, teor de argila), incorporar estudos de água no solo e terras para irrigação.

O trabalho é todo realizado com plena integração dos projetos estruturantes da Semagro: Rede de Estações Meteorológicas; Sistema de Informação do Agronegócio – SIGA/MS e Portal de Informações e Geoposicionamento – PIN/MS.

Já na formulação e aplicação das políticas públicas do Estado e de Municípios possibilita a gestão de Recursos Hídricos, o monitoramento de eventos extremos, programas de abertura e conservação de estradas, gestão de empreendimentos (análise locacional), desenvolvimento agrário e Extensão Rural, além da verificação da erodibilidade e vulnerabilidade dos solos, estoque de Carbono e disponibilidade hídrica.

Após as viagens, as amostras de solos são encaminhadas para o Rio de Janeiro onde passam por análises laboratoriais a partir das quais são definidos os locais em que serão escavadas trincheiras para a descrição de perfis de solo e realizados os estudos necessários para as recomendações que serão inseridas no ZAE daquela região.

O cruzamento das informações climáticas, com as necessidades das culturas resultam na indicação de aptidão daquele solo ou ainda no apontamento de suas fragilidades.

Nesta etapa, em especifico, o grupo também irá identificar as áreas com potencial para a prática da irrigação. Os dados coletados também irão servir para enriquecer o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC), que subsidia as tomadas de decisões dos produtores, as recomendações dos técnicos e serve como base para contratação dos seguros agrícolas e financiamentos.

Os dados das estações meteorológicas são parte importante na investigação a ser apresentada tanto no ZAE quanto no ZARC e as estações do Estado passarão por manutenção de rotina – na mesma oportunidade das visitas dos técnicos a municípios próximos de onde estão instaladas – durante as viagens.

Sobre o ZAE

O Zoneamento Agroecológico (ZAE) é um instrumento técnico-científico que classifica uma região ou uma área específica de acordo com a sua aptidão agrícola. Ele leva em consideração o clima, solo, morfologia, produção potencial e impacto ambiental dos tipos de cultivares, podendo propor áreas de conservação ambiental além das obrigadas pela legislação. Esse instrumento tem como principal objetivo fornecer subsídios para a pesquisa agrícola, assistência técnica e extensão rural, e também orientar tomadores de decisão no estabelecimento de políticas públicas em programas de desenvolvimento agrícola.

Sobre o ZARC

O Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC) é um instrumento de política agrícola e gestão de riscos na agricultura. O estudo é elaborado com o objetivo de minimizar os riscos relacionados aos fenômenos climáticos adversos e permite identificar a melhor época de plantio das culturas, nos diferentes tipos de solo e ciclos de cultivares. A técnica é de fácil entendimento e adoção pelos produtores rurais, agentes financeiros e demais usuários.

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