Bancos que oferecerem linha para folha recolherão menos ao BC

Bancos que oferecerem linha para folha recolherão menos ao BC

Os bancos que aderirem ao programa que oferece linha de crédito para a folha de pagamento de pequenas e médias empresas recolherão menos depósitos ao Banco Central (BC) até o fim do programa. A medida foi anunciada pelo diretor de Regulação do BC, Otávio Damaso.

As instituições que financiarem o pagamento de salários pelas micro e pequenas empresas poderão deduzir até 5% do depósito compulsório a prazo, conforme resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovada hoje (6). O compulsório representa a parcela que os bancos são obrigados a recolher ao Banco Central.

Segundo Damaso, a dedução de 5% deixará os bancos com mais R$ 6 bilhões em caixa, justamente a contrapartida das instituições financeiras no programa de manutenção do emprego. Dos R$ 40 bilhões que serão emprestados a pequenas e médias empresas, R$ 34 bilhões virão do Tesouro Nacional e o restante, das instituições financeiras.

De acordo com o diretor do BC, a regulamentação do CMN permite que o dinheiro comece a ser emprestado imediatamente. “A medida provisória [da linha emergencial de crédito] foi publicada na última sexta-feira. A regulamentação hoje bota o programa de pé, disponível para ser realizado”, disse Damaso, em entrevista coletiva no Palácio do Planalto.

Garantia especial

Além da regulamentação do crédito para a folha de pagamento, o CMN aprovou três medidas hoje. Uma resolução proíbe que as instituições financeiras aumentem a remuneração dos diretores e suspende o pagamento de dividendos (parcela do lucro destinada a acionsitas) até o fim de setembro.

Outra resolução cria linhas de crédito com recursos dos Fundos Constitucionais do Norte, do Nordeste e do Centro-Oeste. A última resolução elevou, de R$ 20 milhões para R$ 40 milhões, a garantia do Depósito a Prazo com Garantia Especial (DPGE).

Utilizado principalmente por pequenos e médios bancos, o DPGE é um seguro reforçado que o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) oferece a instituições financeiras. Caso o banco quebre, os depósitos tradicionais do FGC garantem até R$ 250 mil por depósito, até o teto de R$ 1 milhão por correntista (caso ele tenha vários depósitos). O seguro do DPGE garantia valores de até R$ 20 milhões, que foram dobrados com a resolução de hoje.

Para Damaso, a elevação da garantia do DPGE ajudará os pequenos e médios bancos a manterem o volume de empréstimos, principalmente para as empresas de menor porte. “O DPGE é um seguro que o FCG oferece para instituições principalmente de pequeno e médio porte, que têm importância fundamental na capilaridade do sistema financeiro e ajuda principalmente micro e pequenas empresas. As captações são protegidas com um seguro extra no FCG para que as instituições financeiras possam emprestar para a sociedade”, disse.