Fórum de Reportagem abordou “Jornalistas recuperados de COVID-19”

O Fórum de Reportagem Sobre a Crise Global de Saúde idealizado pela Internacional Center for Journalist que reúne Jornalistas de diversos órgãos de Imprensa do Brasil, Europa e Estados Unidos da América, abordou na semana passada, por meio de sua terceira Webinars o tema: “Jornalistas recuperados de COVID-19”.

O que acontece quando os próprios jornalistas são infectados pela COVID-19? Três jornalistas compartilharam suas perspectivas sobre a doença e como se recuperaram. Guilherme Queiroz, da Veja SP, Juliana Faddul, da CNN Brasil e Pedro Cunha, do Maisfutebol de Portugal, falaram sobre como eles acham que contraíram o vírus, que sintomas sentiram e que conselhos têm para outros jornalistas.

Durante o relato ambos os jornalistas afirmaram não saber ao certo como foram contagiados, os sintomas como forte exaustão e perca do olfato e que a melhor forma de prevenção ainda é o isolamento social.

Guilherme Queiroz relatou que contraiu em junho, sentindo alguns sintomas como dor de cabeça, febre e dor muscular, sentimento de cansaço e enjoo.

“Mesmo com as devidas precauções tomadas para evitar o contágio, não sei como peguei ou como contrai a COVID-19.Todos em casa somos bem precavidos, tomamos todos os cuidados necessários, porém ainda assim contrai o vírus. Talvez, possa ter sido da minha mãe que também foi infectada e trabalha de enfermeira, mas não sabemos ao certo” explicou.

Juliana Faddul lembra que foi contaminada logo no início da pandemia, juntamente com outros profissionais da CNN Brasil.

“Também não tenho certeza de como adquiri a COVID-19.Lembro que pegamos bem no início da pandemia, pouco se sabia a respeito da doença e não tinham teste para diagnostico. Fui diagnosticada por conta de uma radiografia do pulmão, que o médico disse talvez tivesse com a COVID 19, pedindo para que eu ficasse em isolamento” disse Faddul.

Ela lembrou ainda que a partir da contaminação passou a saber um pouco mais da pandemia, por meio da cobertura jornalística.

“Lembro me que em uma quinta-feira, passei a sentir dor no corpo e perdi o paladar, quando desconfiei que talvez tivesse sido contaminada. Fiquei vinte dias em isolamento’

Pedro Cunha lembrou que em Portugal foi decretado o período de emergência no dia 12 de março, após quarto dias, começou a sentir os primeiros sintomas como uma forte gripe, muito cansaço, perca do olfato

“Lembro me que após a minha esposa também sentir os mesmos sintomas com febres, consideramos que devíamos fazer o teste de COVID-19, que foi confirmado no dia 19 de março. Não posso garantir como adquirimos a doença, sei dizer que a última vez que estivemos em um evento com público foi em um concerto na Casa de Música, no dia 08 de março, mas não podemos afirmar que contraímos neste dia, mas é a nossa maior suspeita” disse Pedro.

Pedro disse ainda que toda sua família pegou, esposa e dois filhos menores.

“Senti muita febre, dor no corpo. O médico me receitou alguns antibióticos, que me fez bem. Tive que ir a UTI e após dez dias passei a me sentir melhor, mas fiquei com dificuldade de respiração. Eu e me meu filho Tiago, foi o caso mais grave e a equipe médica foi um anjo da guarda, profissionais que muitas vezes são esquecidos pelas nossas autoridades, ganhando baixos salários”.

Perguntados a respeito das precauções no combate ao Coronavirus COVID 19 e se sentem imunes a doença, os jornalistas afirmaram que o distanciamento, isolamento social, evitar aglomerações e o uso da máscara ainda são as melhores formas de evitar um possível contágio.

“Procuro evitar ambientes púbicos, aglomerações, cinema, bares, festas. Estou voltando a normalidade com a minha família, praticando esportes, mas sempre com cuidado em atividade isoladas. E voltamos apenas quando foi confirmada a redução de casos em nossa região” disse Pedro.

Juliana Faddul disse que a dica é não relaxar, tomando as precauções necessárias, evitando aglomerações.

“Consultei medico e uma revista especializada em ciência, existem pessoas que relatam a demora para retornar à normalidade, pacientes que demoraram seis meses para retornar olfato. Não me sinto imune, faço todas as precauções as pesquisas mostram que não transmitimos por saliva, porém as pesquisas mostram que transmite por superfície, assim evito visitar a minha mãe, ir ao mercado, procuro utilizar máscara” salientou.

Guilherme Queiroz afirmou que continua seguindo os protocolos de prevenção, permanecendo o máximo de tempo possível em casa e que não se sente imune a doença.

“No início relaxei, procuro não ficar paranoico com tudo isso, mas busco me prevenir, evitando sair de casa, comprando as coisas por delivery, mas tomando as devidas precauções, pois não me sinto ainda imune a doença” enfático Guilherme.

O Fórum de Reportagem Sobre a Crise Global da Saúde terá nesta terça-feira (7), sua quarta Webinars que terá como tema: “Qual a maneira mais segura de reabrir nossas cidades?” Com o professor Hyun Mo Yang, doutor em Física, professor e pesquisador da Unicamp. Ele estuda propagação de patógenos e está desenvolvendo um estudo sobre os efeitos do isolamento na difusão da COVID-19.

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