Estudantes de Medicina são processados no Paraguai por uso de documentos falsos

O Ministério Público do Paraguai apresentou denúncia contra 15 estudantes brasileiros do curso de Medicina por falsificação de documentos, em um caso que envolve a tentativa de burlar o tempo de graduação. O inquérito, conduzido pela Unidade Penal nº 11 em Ciudad del Este, aponta que os investigados apresentaram certificados acadêmicos falsos para obter vantagens na transferência de curso.

A denúncia partiu da Universidade Politécnica e Artística do Paraguai (UPAP), após identificar graves inconsistências nos históricos escolares e declarações de alunos que buscavam ingressar na instituição por meio de transferência.

Segundo as investigações, o principal objetivo dos estudantes era “pular” de um a dois anos do curso de Medicina, simulando já terem cursado os primeiros anos em outras faculdades. Ao checar a veracidade dos documentos junto às universidades citadas como emissoras, a UPAP confirmou a fraude e acionou o Ministério Público.

O esquema de falsificação não se limitou à UPAP. Outras universidades paraguaias também foram afetadas e colaboram com as autoridades no inquérito. A Universidade Privada María Serrana confirmou que sete dos documentos apresentados não correspondiam aos certificados originais emitidos pela instituição. A Universidade Privada María Auxiliadora, a Universidad Internacional Tres Fronteras e a Universidade Sudamericana também negaram a autenticidade dos certificados apresentados pelos brasileiros.

A promotora Julia González solicitou ao Juizado Penal de Garantias que fossem aplicadas medidas restritivas aos 15 estudantes, em alternativa à prisão preventiva. Os brasileiros, cujos nomes não foram divulgados, estão proibidos de deixar o território paraguaio sem autorização judicial e devem comparecer periodicamente ao Juizado enquanto o processo estiver em andamento.

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