O segundo domingo de agosto, tradicionalmente marcado por encontros e homenagens, será de dor e silêncio para a família do engenheiro agrônomo brasileiro Eloi Brusamarello. Pela primeira vez, filhos e netos passarão o Dia dos Pais sem a presença do patriarca — não por causas naturais, mas por um crime brutal que permanece sem solução.
Eloi, profissional respeitado no setor rural e conhecido pelo trabalho incansável, foi sequestrado em território paraguaio enquanto se deslocava para atividades de sua profissão. Dois dias depois, seu corpo foi encontrado com claros sinais de execução. O caso, que chocou moradores de Ponta Porã (Brasil) e Pedro Juan Caballero (Paraguai), gerou revolta e expôs a fragilidade da segurança na região de fronteira.
Mesmo com investigações em andamento e mandados de prisão expedidos, os principais suspeitos seguem foragidos. Para a família, a sensação é de abandono:
“Não é só por nós. É por todas as famílias que vivem entre os dois países e temem ser as próximas vítimas da impunidade”, desabafa um dos filhos.
O crime levantou sérias dúvidas sobre a eficácia da cooperação entre Brasil e Paraguai na resolução de casos transfronteiriços. Segundo familiares, desde o assassinato, pouco se avançou. Nomes foram identificados, mas ninguém foi preso. Os suspeitos foram detidos fugindo para o Pará, mas acabaram soltos, pois não havia meios legais, no momento de mantê-los preos.
Neste Dia dos Pais, não haverá presentes, abraços ou almoço em família. Apenas a ausência, a saudade e o clamor por justiça:
“Meu pai era um homem honesto, de caráter exemplar, trabalhador, extremamente amoroso, um marido dedicado e um conselheiro para os amigos. Ele não merecia esse fim. Não queremos vingança — queremos justiça. Que a lei seja cumprida e que o crime não compense”, conclui a família.
