Brasil amplia esforços para rastrear e analisar a maconha produzida no Paraguai

A Polícia Federal do Brasil, em parceria com a Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai (SENAD), deu início à 52ª fase da Operação Nova Aliança, uma ação estratégica que visa aprofundar a análise química da maconha apreendida em roças paraguaias. O objetivo principal da operação, que teve início na segunda-feira (15), é identificar a origem da droga, examinar os produtos utilizados no cultivo, e determinar sua pureza, além das condições de processamento e transporte antes que ela chegue aos mercados consumidores, como o Brasil.

A novidade dessa fase é o reforço na investigação científica da substância. Com o suporte da Diretoria Técnico-Científica da Polícia Federal (INC/DITEC/PF), especialistas do Laboratório Forense da Polícia Federal e do Centro de Evidências da SENAD irão realizar a coleta de amostras da planta e do solo nas áreas de erradicação. Esse esforço visa obter dados detalhados sobre os métodos empregados pelos traficantes para o cultivo da maconha, elementos que podem se tornar essenciais para o rastreamento e desmantelamento de organizações criminosas.

A análise minuciosa não se limita apenas ao rastreamento da origem da droga, mas também oferece uma oportunidade para entender as técnicas e os insumos utilizados nos processos de produção. Isso é crucial para que as forças de segurança possam desenvolver estratégias mais eficientes no combate a essas quadrilhas, além de fornecer provas técnicas robustas que possam ser utilizadas em processos judiciais.

Outro aspecto relevante da operação é seu impacto ambiental. Desde 2012, a Operação Nova Aliança já destruiu mais de 43.000 toneladas de maconha, com cerca de 3.600 toneladas eliminadas apenas em 2025. Essa erradicação não apenas enfraquece o tráfico, mas também contribui para a recuperação de áreas afetadas pelo cultivo ilegal da planta.

Desafios e o papel estratégico da operação

A 52ª fase da operação marca um avanço significativo no combate ao tráfico de drogas, e o uso de tecnologias avançadas para analisar as amostras deve permitir maior precisão nas investigações. No entanto, as autoridades reconhecem que, apesar dos avanços, o tráfico de drogas segue um desafio complexo, envolvendo uma rede transnacional de organizações criminosas que agem com grande sofisticação.

Além disso, o rastreamento da origem da maconha, com o uso de tecnologias de ponta, oferece uma janela para a compreensão mais profunda da cadeia produtiva do tráfico de drogas. Identificar padrões de cultivo, substâncias químicas e processos ilegais de processamento da droga contribui não apenas para o desmantelamento das organizações, mas também para o desenvolvimento de políticas públicas mais eficazes no combate ao narcotráfico.

Policial em uma plantação de maconha; Fotos: Divulgação/SENAD
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