Governador de Alagoas, é alvo de operação da PF e afastado do cargo

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou o afastamento do governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB), que nesta terça-feira (11) foi alvo da Operação Edema pela Polícia Federal e Ministério Público Federal que investiga suposto desvio de R$ 54 milhões por meio de funcionários fantasmas na Assembleia Legislativa do estado.

A Polícia Federal cumpriu 31 mandados de busca e apreensão nesta terça. Entre os endereços alvos estão a Assembleia Legislativa, a sede do governo, as casas de Dantas e de parentes do governador. Os federais apreenderam R$ 100 mil em dinheiro na casa de Paulo Dantas, R$ 14 mil com ele em um hotel em São Paulo e R$ 150 mil na casa de um cunhado dele. A operação, apura supostos desvios de recursos públicos desde 2019. Segundo as investigações, os principais beneficiários dos desvios milionários na Assembleia Legislativa teriam sido o governador e sua esposa, a prefeita da cidade de Batalha, Marina Thereza Dantas. A irmã de Paulo Dantas também está entre os investigados.

Segundo a Polícia Federal, parte do valor desviado foi utilizada para pagamentos de despesas pessoais, pagamento de advogados, transferências a familiares e compra de bens. Dantas concorre ao segundo turno para o governo de Alagoas com apoio do ex-presidente Lula, contra Rodrigo Cunha (União Brasil). A disputa representa a briga entre os grupos políticos de maior importância atualmente no estado. O primeiro é o candidato do senador Renan Calheiros (MDB), enquanto Cunha é apoiado pelo deputado federal Arthur Lira (PP).

Horas após a operação que afastou Dantas do cargo, o senador Renan Calheiros (MDB) postou em seu perfil no Twitter que Alagoas “é vítima do uso político da PF e do abuso de autoridades” e que a investigação em questão “foi parar no STJ por uma armação do deputado federal Arthur Lira onde perambulou por vários gabinetes até cair nas mãos certas da ministra bolsonarista Laurita Vaz, que não tem competência para o caso”.
Além das buscas, a Justiça determinou o sequestro de bens e valores dos envolvidos no total desviado, R$ 54 milhões. Eles são suspeitos de organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro. O STJ afastou Dantas do cargo por 180 dias. Com a decisão, isso, o vice-governador José Wanderley Neto (MDB), assume o cargo, porém, só até 31 de dezembro deste ano, pois foi eleito deputado estadual.

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