Operação apreende pistola e celulares em casa de deputado que alega inocência

A operação Sucessione, deflagrada nesta terça-feira (5/12), pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), contra a prática do jogo do bicho, em Campo Grande, apreendeu uma pistola, celulares e um tablet do filho do deputado estadual, Neno Razuk (PL). Quatro assessores do parlamentar foram presos.

O advogado do deputado e de outros dois detidos na ação, Rhiad Abdulahad, afirmou ao Midiamax que tem convicção da inocência dos seus clientes. “Certeza como cristalino de água de rocha que não são eles que exploram o jogo do bicho.”, disse.

Todos os presos foram levados para a sede do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado, na Capital, onde devem ser ouvidos. 

Major aposentado alvo da operação

O major aposentado da PM (Polícia Militar) Gilberto Luiz dos Santos, assessor parlamentar do deputado estadual Neno Razuk, foi levado para presídio militar depois de ser preso durante cumprimento dos mandados na operação deflagrada na manhã de hoje. O filho dele também foi alvo da operação. Além das prisões, foram cumpridos dez mandados de busca e apreensão.

Contra o parlamentar, inclusive, foi executado uma ordem judicial de busca e apreensão. 

Deputado alega ser inocente

Enquanto a operação era deflagrada em Campo Grande, o deputado Neno Razuk compareceu para sessão ordinária da Alems (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul). Em conversa com a imprensa, ele confirmou o mandado de busca e apreensão em sua casa, bem como os aparelhos apreendidos. Sobre a arma, ele disse que tem a documentação, por isso, não houve prisão em flagrante.

“Tenho certeza que não tenho nenhum envolvimento com essa atividade. Acordei com essa surpresa. Tenho certeza que quando essa investigação acabar vai ser mostrado que não tenho nenhum envolvimento”, afirmou o parlamentar.  

Sobre possível envolvimento com o jogo do bicho, Razuk negou, afirmando que: “querem jogar isso nas minhas costas”. 

“Do mesmo jeito que fui alvo e tenho certeza da minha inocência, espero o desenrolar das operações e da ação judicial. Todos nós podemos sofrer injustiças”, falou o parlamentar sobre os servidores.

Por fim, Neno confirmou que segue no cargo de corregedor da Casa de Leis. “Eu sou inocente. Não fiz nada de errado. Vou ficar, sou um deputado, faço meu trabalho, não tem porque eu sair”, finalizou.

Roubo de Malotes

Como noticiado anteriormente, a operação Sucessione deflagrada nesta terça é um desenrolar de três boletins de ocorrências que foram registrados por roubo de malotes, e duas das três vítimas teriam reconhecido o sargento da PM como autor dos assaltos.

Nas três ocasiões, segundo os registros, o sargento teria usado uma pistola, ameaçado e intimidado os apontadores, na tentativa de fazê-los mudar de lado. Citando o nome do suposto interessado em assumir o jogo do bicho em Campo Grande, o policial da reserva sempre deixada um ‘recado’ ameaçador.

Na casa onde as máquinas foram apreendidas, uma pistola foi encontrada. A investigação das máquinas encontradas está a cargo do Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado). Além do sargento, um major aposentado da Polícia Militar também foi flagrado na residência.

A disputa pelo jogo do bicho em Campo Grande, que estaria sob o comando de um grupo de outro estado, teria envolvimento de servidores públicos da Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul). O grupo rival teria assumido a Capital logo após a Operação Omertà desmantelar o grupo que mantinha a contravenção em Campo Grande.

Este grupo rival, logo após assumir, teria ‘comprado’ rivais para que não se instalassem na Capital. Agora, o grupo que lidera a região de fronteira de Mato Grosso do Sul tenta tirar do grupo rival o controle do jogo do bicho campo-grandense.

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