Operação da PF desmantela cúpula do tráfico em Ponta Porã

A Polícia Federal (PF) deflagrou na última terça-feira (23) a Operação Ultima Fumus, visando desarticular o alto escalão de uma organização criminosa envolvida na importação de 1,5 tonelada de cocaína. A ação, que é um desdobramento de investigações anteriores, ocorreu em Ponta Porã e resultou no cumprimento de mandados de prisão, busca e apreensão e no bloqueio de ativos financeiros do grupo.

O principal alvo da operação é um traficante já condenado a mais de 30 anos de prisão. Apesar de estar em prisão domiciliar, ele é suspeito de continuar coordenando o envio internacional da droga. Além disso, as investigações revelaram a atuação de um advogado, que é suspeito de transmitir ameaças a partir de dentro de um presídio.

A Operação Ultima Fumus teve início após a apreensão da carga de cocaína em Araçatuba (SP), em janeiro de 2024. A primeira fase da operação, deflagrada em setembro do mesmo ano, identificou a logística utilizada pelo grupo. Já a fase atual concentra-se na captura dos líderes. As investigações continuam com o objetivo de identificar outras ramificações da organização, que atua na fronteira entre o Brasil e o Paraguai.

Conexão com Operação Carbón Blanco

A ação mais recente é um desdobramento da Operação Carbón Blanco, deflagrada em outubro de 2024, que também tinha como alvo uma organização criminosa ligada ao tráfico transnacional de drogas e armas.

A Carbón Blanco resultou no cumprimento de 12 mandados de busca e apreensão e quatro de prisão temporária em várias cidades de Mato Grosso do Sul e São Paulo. Na ocasião, três empresas de fachada foram fechadas, incluindo uma em Ponta Porã onde foram apreendidos veículos de luxo, celulares e R$ 24 mil em dinheiro, somando mais de R$ 1,5 milhão em bens. Os celulares apreendidos serviram como base para as investigações que culminaram na Operação Ultima Fumus.

A carga de 1,5 tonelada de cocaína, que deu início a essas investigações, estava escondida em meio a uma carga de carvão, o que explica o nome da primeira operação. A PF estima que a organização tenha internalizado uma grande quantidade de cocaína e armas de fogo no país.

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