A Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) do Paraguai e a Polícia Federal (PF) do Brasil, com o apoio do Ministério Público, iniciaram a 53ª fase da operação “Nova Aliança”. Esta é a sexta e última fase do ano, consolidando 2025 como o período de maior atividade desde o início da iniciativa binacional em 2012.
As ações desta nova etapa concentram-se em áreas de mata nas regiões de Caaguazú e Canindeyú, com ênfase especial na Reserva Natural Morombi, um dos principais pontos de expansão de cultivos ilícitos detectados na fronteira. As equipes binacionais executam incursões aéreas e terrestres visando a detecção e destruição de plantações de maconha, centros de armazenamento e acampamentos de processamento da droga. A fase 53 está prevista para durar, no mínimo, dez dias de intensas operações.

A operação “Nova Aliança” é considerada uma das mais duradouras e bem-sucedidas cooperações internacionais no combate ao narcotráfico. Apenas nas cinco fases anteriores realizadas em 2025, a operação resultou na destruição de cerca de 4.500 toneladas de maconha, cultivadas em aproximadamente 1.400 hectares de zonas remotas e de difícil acesso.
Desde a criação da operação, mais de 44.000 toneladas de maconha já foram erradicadas em ações conjuntas, representando uma redução significativa da oferta da droga na região de fronteira entre Brasil e Paraguai.
A Nova Aliança 53 conta com uma vertente inovadora que visa também a restauração ambiental, conduzida pela Senad e pelo Infona (Instituto Florestal Nacional) através da operação “Restaurar”, que trabalha na recuperação das áreas degradadas pela atividade ilícita.
Além disso, a nova fase tem o apoio de peritos criminais federais brasileiros, que atuam junto com especialistas do Laboratório Forense da Senad. O trabalho consiste na coleta e análise de amostras de plantas e solo nas áreas de erradicação. Esses estudos permitirão traçar o perfil químico da droga, identificar sua origem, os insumos utilizados no cultivo e os níveis de pureza, fornecendo dados cruciais para a inteligência policial.
O relatório Mundial sobre Drogas 2024 da Unodc (Escritório das Nações Unidas contra a Droga e o Crime) reforça a importância dessas ações, indicando que a maconha continua sendo a droga mais consumida no mundo, com crescente concentração de THC e diversificação de produtos.

