Cidade de MS se aproxima dos 7 anos sem casos de feminicídio consumado

Rio Verde de Mato Grosso se aproxima de celebrar um marco significativo: há sete anos, o município não registra casos consumados de feminicídio. O último crime do tipo ocorreu em 22 de dezembro de 2018 e, desde então, a cidade mantém um histórico positivo de prevenção, acompanhamento e proteção às vítimas.

O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), por meio da 1ª Promotoria de Justiça do município, tem participado ativamente desse esforço e colaborado diariamente para esse resultado. O órgão atua de forma preventiva e repressiva, acompanhando medidas protetivas e articulando ações com órgãos de segurança e assistência social para o atendimento integral às vítimas.

O Promotor de Justiça Matheus Carim Bucker destaca que os resultados são fruto de ações contínuas e integradas com todos os órgãos locais.

“O trabalho do MPMS em Rio Verde de Mato Grosso é constante e orientado pela proteção das vítimas e pela prevenção da violência. É muito gratificante perceber que, com políticas públicas eficazes e a colaboração de todos os órgãos públicos e da comunidade, conseguimos manter o município livre de casos consumados de feminicídio”, ressaltou.

Na visão do Promotor de Justiça, “o resultado alcançado não pertence a um órgão ou a uma pessoa, mas à atuação integrada da rede de proteção. Ministério Público, Judiciário, Polícia Militar, Polícia Civil, Executivo Municipal, Conselho de Segurança e a Assistência Social têm participação direta nesse avanço. Cada instituição, dentro de suas competências, contribuiu para que a violência fosse identificada e interrompida com rapidez.”

Parceria com o Promuse

A sargento Naira Jana da Silva, integrante da equipe do Programa Mulher Segura (Promuse), ressalta a parceria com o MPMS e a atuação prática do programa no município.

“O Promuse fiscaliza medidas protetivas, realiza visitas, palestras e rondas diárias. As policiais militares Adriana Dias da Silva e Ana Carolina Ormond lideram as visitas técnicas e o acompanhamento às vítimas. Trabalhamos em parceria com o MPMS, encaminhando os casos mais sensíveis. Essa atuação conjunta é essencial para que Rio Verde de Mato Grosso mantenha, há sete anos, zero casos consumados de feminicídio.”

A soldado Adriana Dias da Silva, que atua na linha de frente do Promuse, reforça a importância do trabalho em equipe.

 “Entramos em ação assim que recebemos a medida protetiva. Ligamos para a vítima, nos apresentamos, perguntamos se ela aceita o acompanhamento e realizamos visitas para oferecer apoio real, humano e imediato. Nosso papel é estar presente antes que a violência avance, e ter o MPMS como parceiro e apoiador nessas ações de prevenção e acompanhamento, faz toda a diferença na vida dessas mulheres”, declarou.

Outros indicadores que refletem no resultado

De acordo com o Promotor de Justiça, além da proteção feminina, os indicadores de segurança pública de Rio Verde de Mato Grosso mostram avanços expressivos. Em 2024, o município não registrou nenhum roubo nem nenhuma morte no trânsito. Entre 2022 e 2024, houve queda de 45% nos furtos e de 52% nos furtos de veículos. O índice de cumprimento de mandados de prisão aumentou em 41%, e nenhum inquérito policial permanece em trâmite há mais de um ano na comarca, reforçando a eficiência da atuação conjunta entre MPMS e órgãos de segurança.

As ações integradas entre MPMS, Poder Judiciário, Polícia Civil, Polícia Militar, Conselho de Segurança, Poder Executivo, Assistência Social e demais órgãos municipais têm permitido identificar e interromper potenciais situações de violência antes de se consumarem.

O Promotor de Justiça reforça que o trabalho não para com a conquista do indicador. As equipes seguem monitorando casos suspeitos e fortalecendo parcerias, garantindo que Rio Verde de Mato Grosso permaneça como referência na proteção das mulheres e na construção de um ambiente social seguro e saudável para toda a população.

“A conquista dos últimos anos reforça que, quando os órgãos públicos atuam de forma coordenada e comprometida com a proteção das mulheres, os resultados aparecem. O MPMS permanece à disposição, contribuindo e articulando esforços, ciente de que nenhum avanço é construído sozinho: ele nasce da união de toda a rede e do engajamento da comunidade.”

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