Pesquisas relacionadas ao HPV recrutam cerca de mil pacientes do SUS em Campo Grande

Com impacto nacional, o estudo SMESH avalia a prevalência de HPV em populações-chave e o estudo POP-Brasil avalia o impacto da vacinação contra a doença no país; iniciativa é conduzida pelo Hospital Moinhos de Vento.

Com o objetivo de avaliar diferentes aspectos associados à infecção por Papilomavírus Humano (HPV), uma infecção sexualmente transmissível (IST) associada ao desenvolvimento de câncer, os estudos SMESH e POP-Brasil estão recrutando participantes em Campo Grande (MS).

Ao todo, o estudo POP-Brasil irá avaliar cerca de 15 mil homens e mulheres, entre 16 e 25 anos, sexualmente ativos para determinar o impacto da vacinação contra o HPV. No município campo-grandense, serão recrutadas 718 pessoas em 6 unidades de saúde (USF Jardim Paradiso, USF Jardim Botafogo, USF Azaleia, USF São Benedito e USF Albino Coimbra) que participam do projeto. Já o estudo SMESH avalia a prevalência do HPV e fatores associados à infecção em populações específicas, como em trabalhadoras do sexo e gays/homens que fazem sexo com homens (HSH).

O projeto é realizado em todas as regiões do Brasil pelo Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS), sendo conduzido pelo Hospital Moinhos de Vento (do Rio Grande do Sul), e iniciou em Campo Grande em 2019, no Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) da cidade, sendo interrompido devido a pandemia de COVID-19. O projeto foi retomado neste ano, quando foram recrutados 21 dos 200 participantes previstos. Para participar dos estudos, basta entrar em contato pelo telefone sinalizado ao final do texto.

“Esse estudo vai fornecer informações para o monitoramento da infecção por HPV e subsídios para o desenvolvimento de estratégias de combate ao HPV no Brasil, principal causa de câncer de colo uterino e de orofaringe”, afirma a pesquisadora principal do projeto, Dra. Eliana Wendland.

Sobre o HPV

Estima-se que entre 25% a 50% da população mundial (dados do INCA) esteja infectada por HPV, podendo apresentar taxas ainda maiores em determinadas faixas etárias ou populações específicas. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam uma prevalência ainda maior para a região das Américas. A infecção por HPV de alto risco é associada a vários tipos de câncer, tais como o câncer de colo uterino, pênis, vulva, canal anal e orofaringe, estimando-se que cerca de 5% de todos os casos de câncer sejam atribuídos a infecções por HPV.

No Brasil, o câncer de colo de útero é o terceiro tumor mais frequente, sendo os papilomavírus tipos 16 e 18 responsáveis por, pelo menos, 70% dos cânceres cervicais em todo o mundo. Adicionalmente, o número de casos de câncer de orofaringe associado ao HPV, incluindo base da língua e amígdalas, vem crescendo a níveis epidêmicos, principalmente em países desenvolvidos e em homens jovens, apesar da redução global do consumo de cigarro e álcool.

As estratégias de prevenção primárias incluem intervenção comportamental, visando informar, educar e comunicar a importância da modificação e adoção de comportamentos sexuais seguros, e programas de vacinação contra o HPV, enquanto a prevenção secundária inclui o programa de rastreamento de infecção por HPV.

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